sábado, 12 de novembro de 2011

Quem não quer ouvir?


( primeiro, a tradução, ou melhor, o original: )


Este é um poema
que eu gostaria de ter feito e dito.
Estas são palavras
que eu não desperdiçaria para qualquer uma.
Estas são palavras
que eu reservei para aquela que conquistar meu coração.
Que eu queria te dizer:


É estranho, não sei o que me acontece esta noite...
Eu te olho e admiro como que da primeira vez!

Eu não sei mais como te dizer,
mas você é esta bela história de amor
que eu nunca me canserei de ler!

Você é, de ontem e de amanhã e sempre,
a minha única coisa verdadeira!

Você é como o vento que faz tocar o violão,
e que traz de longe o perfume das rosas!

Neste momento, eu não te entendo...

O que há? Por que não me ouve?
Por que ignora o que eu te digo?

Só uma palavrinha mais, eu te juro,
escute-me, eu te peço...


Mas você não gosta..
Acha que são só...

"Palavras e mais palavras,
as mesmas palavras,
nada além de palavras.
Palavras leves e suaves, fáceis e fúteis...
Ah, era tão bonito,
bom demais!...
É, mas acabou, acabou o tempo de sonhar,

é hora de acordar.
As lembranças esvaem-se também
quando a gente as esquece...


Suas palavras são delicadas e gostosas como
balas, bombons e chocolates...
Obrigada, mas para mim não!
Mas você pode oferecê-las à outra qualquer
que goste de vento
, poesia e perfume de rosas- ou de flores...
Pra mim, essas palavras meigas, envoltas de doçura,
podem tocar minha boca, mas jamais me atinge o coração!
São somente palavras, palavras, palavras, e mais palavras,
palavras que
(pra mim) você atira ao vento (sem senti-las)."

Este é o meu destino:
te falar, te falar como se fosse a primeira vez.
Como eu gostaria que me compreendesse!
Que você me escutasse, pelo menos uma vez..

Você é o meu sonho proibido,
meu único tormento e minha única esperança.

Você é para mim a veradeira e única música
que faz dançar as estrelas sobre as dunas!

Se você não existisse ainda, eu te inventaria!

Escute-me, só mais uma palavrinha!
Eu te imploro, é sério!
Ah, você é tão bonita!
Tão linda! Tão bela!
Tão tudo pra mim!


Mas você não me escuta,
me ignora, não me entende, e pensa:

"Lá vem o falatório,
sempre falando,
as mesmas palavras
nada além delas
Palavras mágicas e estratégicas
que soam como mentiras, sim, totalmente falsas
Nada te impede quando você começa
Ah, se você soubesse...
o quanto eu tenho vontade de um pouco de silêncio!

Balas, bombons e chocolates?
Obrigada, mas para mim não!
Mas você pode oferecê-las à outra qualquer
que goste
(da sua conversa fiada sobre)
de estrelas sobre as dunas...
Pra mim, essas palavras macias, embrulhadas de doçura,
podem tocar minha boca, mas jamais me atinge o coração!
São somente palavras, palavras, palavras, e mais palavras,
palavras que
(pra mim) você atira ao vento
(diz a todas, semeia como cantadas)..."

Você não precisa entender a sinceridade
das minhas palavras, nem aceitar minha declaração...
Se ao menos você me ouvisse!...
Azar é seu: parece diabética, que vive de amor sem tempero...
Como você, também gosto de silêncio,
de momentos de instrospecção,
em que meu eu precisa de mim...
E, ao contrário do que você erradamente conclui,
estas minhas palavras não são frases feitas,
decoradas, tiradas de algum manual de conquistador
para usar em cantadas, por serem bonitas ou "de impacto"...
Se assim fosse, deveriam ser então muito boas, não concorda?
E, além disto, por que não funcionam com você?
Existe quem acredite em palavras vazias...
Não sei aonde está o vazio,
se nas palavras, se em você, ou se em mim...



( agora, em francês: )


C'est étrange,
Je ne sais pas ce qui m'arrive ce soir...
Je te regarde comme pour la première fois.
Je ne sais plus comme te dire,
Mais tu es cette belle histoire d'amour...
Que je ne cesserai jamais de lire.
Tu es d'hier et de demain,
De toujours ma seule vérité.

Tu es comme le vent qui fait chanter les violons
Et emporte au loin le parfum des roses.
Par moments, je ne te comprends pas.
Une parole encore.
Écoute-moi.
Je t'en prie.
Je te jure.


Encore des mots
toujours des mots
Les mêmes mots
Rien que des mots
Des mots faciles
des mots fragiles
C'était trop beau
Bien trop beau
Mais c'est fini le temps des rêves
Les souvenirs se fanent aussi
Quand on les oublie

Caramels, bonbons et chocolats
Merci, pas pour moi
Mais tu peux bien les offrir à une autre
Qui aime le vent et le parfum des roses
Moi, les mots tendres enrobés de douceur
Se posent sur ma bouche mais jamais sur mon coeur
Paroles, paroles, paroles
Paroles, paroles, paroles
Paroles, paroles, paroles
Paroles, paroles, paroles, paroles, paroles
Encore des paroles que tu sèmes au vent


Voilà mon destin: te parler...
Te parler comme la première fois.
Comme j'aimerais que tu me comprennes.
Que tu m'écoutes au moins une fois.
Tu es mon rêve défendu.
Mon seul tourment et mon unique espérance.
Tu es pour moi la seule musique...

Qui fit danser les étoiles sur les dunes
Si tu n'existais pas déjà je t'inventerais.
Encore un mot juste une parole
Écoute-moi.
Je t'en prie.
Je te jure.
Que tu es belle!
Que tu es belle!
Que tu es belle!
Que tu es belle!


Encore des mots
toujours des mots
Les mêmes mots
Rien que des mots
Des mots magiques
des mots tactiques
Qui sonnent faux
Oui, tellement faux
Rien ne t'arrête quand tu commences
Si tu savais comme j'ai envie
D'un peu de silence

Caramels, bonbons et chocolats
Merci, pas pour moi
Mais tu peux bien les ouvrir à une autre
Qui aime les étoiles sur les dunes
Moi, les mots tendres enrobés de douceur
Se posent sur ma bouche mais jamais sur mon coeur
Paroles, paroles, paroles
Paroles, paroles, paroles
Paroles, paroles, paroles
Paroles, paroles, paroles, paroles, paroles
Encore des paroles que tu sèmes au vent




Melodia:
Parole Parole
(com Dalida e Alain Delon)

Letra:
http://letras.terra.com.br/alain-delon-e-dalida/81929/

Música:
http://www.youtube.com/watch?v=0K-LQvs63xA
Dalida y Alain Delon - Paroles paroles (4:06)




sábado, 11 de junho de 2011

Nah...moro na filosofia


Amor e Dor,
rimam: em palavras e sentimentos,
e são cantadas em versos e prosa
Veja o ensaio em Conjugar com ardor o verbo amar



Mora na filosofia!
Pra que rimar amor e dor?

Eu vou te dar a decisão:
Botei na balança,
E você não pesou...
Botei na peneira,
E você não passou...

Mora na filosofia!
Pra que rimar amor e dor?

Se seu corpo ficasse marcado
Por lábios ou mãos carinhosas
Eu saberia, (ora vai mulher)
A quantos você pertencia
Não vou me preocupar em ver
Seu caso não é de ver pra crer
(Tá na cara)

Mora na filosofia!
Pra que rimar amor e dor?


Melodia:
Mora na Filosofia
De Monsueto e Arnaldo Passos

Letra:
http://letras.terra.com.br/caetano-veloso/423774/


Música:
http://www.youtube.com/watch?v=HBR163xEk6w
Monica Salmaso - Mora Na Filosofia - Heineken Concerts - São Paulo - 2000 (6:14)





http://www.youtube.com/watch?v=-GyumVK7MtM
Virginia Rosa - "Mora na Filosofia" (4:59)





http://www.youtube.com/watch?v=dSU5QcvNyxQ
RAMON MONTAGNER COM VIRGINIA ROSA - MORA NA FILOSOFIA (5:44)





http://www.youtube.com/watch?v=WE7TFxtg7eA
Marlene - Mora Na Filosofia - 78 RPM Continental Grav em 29.10.1954 (3:15)





http://www.youtube.com/watch?v=0hqyXkTpKV4
Fernando Chuí - Mora na Filosofia.mp4 (4:17)





http://www.youtube.com/watch?v=CbeE87r5CfA
Mora na Filosofia - Caetano Veloso (6:17)






domingo, 6 de março de 2011

Um? Talvez, mas aos pedaços


De vivido assim dividido em meias dúvidas,
buscando saber quem eu sou, por inteiro eu sei:
metade de mim SOU,
a outra metade NÃO SEI.


Então,


Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso
mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste,
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade eu não sei o que serei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
e a outra metade, também."


Melodia:
Metade
(com Oswaldo Montenegro)

Letra:
http://letras.terra.com.br/oswaldo-montenegro/72954/

Música:
Oswaldo Montenegro - Metade - 3:09
http://www.youtube.com/watch?v=GLkQMFVg8V8